quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Contaminação Estatal

Imagine que exista uma antiga macieira que cresceu ao lado da sua casa há muito tempo. Seu avô comeu de suas maçãs, seu pai, e agora você come sem custo algum. Mas, um belo dia representantes do Estado também começaram a fornecer maçãs, mas através de sua agência estatal de maçãs, que as fornece a um preço que dizem ser apenas para cobrir os custos básicos, e que essa agência não tem fins lucrativos. Imagine também que essa agência resolveu desviar o esgoto de sua casa bem para os pés da sua macieira, e que, como o esperado, em pouquíssimo tempo a sua macieira parou de produzir maçãs e morreu. Não sentindo que basta, o Estado proíbe o plantio não autorizado de maçãs, e para regulamentar é preciso gastar dinheiro com licenças, e fiscais irão fiscalizar sua macieira, isso é, se você conseguir passar por todos os critérios super burocráticos que foram estabelecidos. Agora sua única alternativa é comprar as maçãs do Estado, que envenenou sua macieira. Então, passamos de um cenário onde suas maçãs eram de graça, mas agora são pagas devido a intervenção estatal. Pois, prosseguindo: imagine que agora, as maçãs que o Estado te vende também estão envenenadas. As pessoas comem, passam mal terrivelmente, vão parar no hospital. Mas, a agência estatal de maçãs diz que apesar do cheiro ruim, do gosto e odor de estragado, a maçã que eles fornecem não faz mal a saúde. Você, que de idiota não tem nada, não acredita, mas resolve comprar maçãs de empresas de maçãs (lembrando que antes era de graça), e o preço dessas maçãs é bem mais cara do que costumava ser antes da crise das maçãs estatais podres.
Como você já deve ter percebido, por essa historinha analógica, me refiro aos rios e riachos que há por todo o Estado do Rio de Janeiro (Mas, também há em todos os Estados do Brasil). O Estado joga nosso esgoto nos rios. Para falar algo óbvio: Todo valão já foi um rio, antes de se jogarem esgoto nele. Ora, o papel do Estado é transportar nosso esgoto por encantamentos, não lançá-lo em rios, que antes serviam para a gente beber (fervendo a água), nos banhar, lavar nossa roupa, regar, e em suma, que antes tinha alguma utilidade, e era público. Possuímos 267 cursos d'água só na cidade do Rio de Janeiro. Água que poderia abastecer as necessidades de muita gente.
Pois, também somos proibidos por lei de furar poços artesianos em nossos terrenos, sendo considerado crime, que pode também gerar multa. Aparentemente, para o Estado que nos oprime, nós podemos ter nossos rios transformados em valões podres, podemos ser envenenados pela agência de fornecimento de água "potável", só não podemos buscar meios próprios nem de bem comum para sanar nossas necessidades básicas. A CEDAE, é claro, dificilmente será multada. Seu presidente não será penalizado, tampouco haverá compensação financeira para aqueles envenenados pelas águas contaminadas.
Esse é um claro exemplo do porquê os conservadores pedem, e sempre lutaram, por um Estado mais submisso ao povo. Porque quando o Estado se mantém numa posição monárquica como a atual, quem sofre e morre é o povo que o sustenta com seu suor e sangue, com suas vidas.

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